terça-feira, 2 de março de 2010

Tá monótono é? Sua culpa!

Sim, um dia lindo hoje.
Sol, algumas nuvens, temperatura agradável... Nem se compara a primeira semana de fevereiro.
Já estamos em março e a roda dos dias continua girando tão devagar que, de vez enquando, um dia parece igual ao outro.
Mas não é pra escrever sobre mesmice que eu acordei hoje, é pra escrever sobre mudança!

Mudança de atitudes, de personalidade... Não de valores, mas de hábitos.
Velhos hábitos tornam os dias iguais. Tipo tomar café fresquinho feito em casa todos os dias, trabalhar, almoçar... Um dia a gente precisa trocar o café, comprar um almocinho mais leve e levar pra beliscar à tarde... Parar de fingir que política, saúde e educação funcionam e que a beleza da nossa cidade é suficiente pra esquecer que nossos vereadores 'legislam superficialmente' [Veja o artigo 'Legislando Superficialmente' do nosso amigo Henrique no Blog Piratas do Itajaí. Este meu texto foi inspirado por ele e pelo livro 'O Mundo de Sofia, do Jostein Gaarder'].

A superficialidade das nossas preocupações estão nos tirando o foco!
Cabelo, roupa, carro, tênis, marcas, festas, ser forte na frente dos outros, parecer ser inteligente - independente de saber que, na real, não sabe lhufas, mostrar que é quem gostaria de ser - mesmo que não seja, mesmo que não se esforce pra mudar... Uma infinidade de coisas que incluem um 'emprego fixo', andar com um livro grosso na bolsa - mesmo que seja de piadas, ter um meio de condução - bonito, gastador e fumacento, ter um agregado [um par] bonito - inteligente ou não e, de preferência, menos inteligente que você, ter uma casa bonita - mesmo que sua família esteja sempre se matando, doente de respeito e carinho...

O interessante é que, mesmo quando se consegue ostentar tudo o que se quer mostrar, falta algo, não falta?
É que os seres humanos não se contentam em saber que tem algo. Nós precisamos saber quem somos, nós queremos, bem lá no fundo, é saber por que estamos aqui, nesse mundo. Por que será que vivemos? Pra quê? Será que existe um destino? Será que a alma é eterna? Será que a terra é um organismo vivo? Será que nosso sistema político é inteligente? Como será que ele poderia ser melhorado, pra gente viver melhor na sociedade?
Como dói o cucuruto pensar em coisas que realmente importam, né?
Dá um pouco de raiva pensar nisso tudo por um motivo simples: a resposta não é óbvia! Ela exige que se pense de verdade, que se use a razão pra algo mais que escolher a cor da calça e a balada do findi.
Pensar sobre coisas que nos importam superficialmente ocupa um espaço precioso da nossa mente. Um espaço que poderia ser usado para ter mais que ideias, um espaço da mente que nos faria, após raciocinar sobre 'o como', entrar em ação.
Afinal, aprendi com um amigo psicólogo, num texto que ele me deu que 'Pensamento não é ação. Ação é ação.'
Estamos presos aos conceitos que os outros tem sobre o que é ou não importante.
Perdemos, dia após dia, a capacidade de raciocinar por nós mesmos.
Perdemos a personalidade e nos abrimos tanto às egrégoras onde vivemos, que não somos nada mais do que um ponto dentro delas: parte da egrégora, do grupo, dos pensamentos destes grupos.
Seres com identidade massificada pela família, amigos, trabalho... por toda a sociedade.
Mas é que é mais fácil do que ter os próprios conceitos!
Até que ponto é importante estar 'apresentável'?

Bem, eu tenho uma entrevista e preciso fazer as unhas.
E quebro a cabeça, rodo e rodo os pensamentos e acabo em 'fazer as unhas'.
Alguém me bate, por favor?

[Quanta demagogia para uma pessoa só!]

o.O