sexta-feira, 19 de junho de 2009

Não conseguimos ficar somente com nossos pensamentos

Tantas festas, tantas substâncias causando euforia, tanta gente na rua à noite e de dia.
Gente que tem e que não tem o que fazer.
Gente que não consegue ficar sozinha.
Em certa fase da vida, quando o conjunto corpo - mente que habitamos nesta vida ainda não têm marcas de revolta, algumas pessoas gostam de ficar sozinhas.
À medida que as marcas vão aparecendo e aumentando, nossa necessidade de companhia, nossa carência, nosso medo da solidão não nos permitem enxergar: estamos todos sós, não temos nada tampouco ninguém.
Uma vida vivida em função de alguém é muito frágil. Tanto quanto se fosse vivida em função de um cristal usado constantemente.
Nós podemos ser nossa companhia.
Um tempo com nossos não-pensamentos, procurando a nós mesmos, pode aliviar a ansiedade que temos quando ficamos sem companhia.
Podemos ficar em paz sozinhos, pois nosso corpo é uma roupagem, sentimentos habitam nossa alma.
Quando os hábitos da juventude precisam ser vencidos para encontrar em nós mesmos nossa essência, o trabalho é árduo e demooora.
As vezes parece que a direção está errada, que estamos nos afastando do amor dos outros, mas é nossa mania de não ficar sozinho com nosso pensamento que provoca esta sensação.
Uma forma de livrar-se destas vontades que aparecem por aparecer, é ocupar-nos com o que sabemos fazer.
Ocupar nossa mente e nosso corpo com o que temos habilidade, com o que gostamos.
O trabalho tanto escraviza quanto liberta.
Nosso dia-a-dia, mesmo que seja sentado à frente do computador, pode ser de escravidão se nosso trabalho for diferente do que temos habilidade para desenvolver.
Livre é quem consegue fazer o que gosta. Assim, trabalhando com o que se gosta, conhecendo seu próprio eu, o tal 'si mesmo', se pode ser livre em um mundo onde a liberdade foi transformada em piada pelo dinheiro.

Desejo-os asas.

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